quinta-feira, 18 de março de 2010

Beltrana

Beltrana acordou ressaquiada, olhou para o lado e viu um corpo estranho. A náusea veio instantânea. Correu para o banheiro, lavou o rosto e se olhou no espelho. Aff! Onde isto iria parar?
Sim, Beltrana era uma mulher de muitos amores, de muitos olhares, de muitas carícias e de muitos prazeres. Gostava de seduzir, gostava de desejar e possuir.
Ah! Beltrana gostava de cama, de corpos, de toques, de gozos e êxtases. Mas, confessava agora diante do espelho,que estes estavam ficando escassos. As noites estavam perdendo seu brilho; a cama já não satisfazia e o sexo estava sem ápice. Éh! Beltrana estava se sentindo só.
Ela sabia que muitos a amaram. Sentiu-se culpada algumas vezes por não retribuir, mas não podia forçar o coração, por isso todos estes nem por lá passaram. Não foram capazes de descobrir o caminho ou não a alcançaram, nesta pressa louca de fugir.
Tomou uma ducha fria, se esfregou como se pudesse retirar as lembranças da noite passada. Nesta manhã ela acordou sentindo-se suja. Acordou sentindo-se seca e vazia, como se tivesse doado de si a última gota do que era.
Vestiu a roupa, pegou a bolsa e olhou para o sujeito adormecido. Saiu em silêncio, não queria ter que encará-lo e muito menos dizer algo. Fechou a porta, como se pudesse trancar do lado de dentro não apenas o parceiro de uma noite sem sentido,mas também as lembranças e o vazio.
Sentiu vontade de rir de si mesma, até parece que conseguiria deixar para trás o aperto que sentia. Sabia, que estava na hora de abandonar este velho hábito de se entregar, sem se envolver. Estava na hora de abandonar o escudo e viver algo que realmente a fizesse suspirar.
Beltrana queria amar. Beltrana queria paixão, queria acordar do lado de alguém e desejar se aninhar em seus braços ao invés de partir. Queria telefonemas, mãos dadas, expectativa, taquicardia, espera, retorno e entrega. Ah! Ela queria sentido. Queria admiração, risadas pela manhã, afagos, compartilhar, ofegar, beijos intensos, abraços apertados e muita intimidade.
Ela queria amor e como qualquer mulher, ser amada. Mas,era coragem admitir...era se fragilizar,para permitir. Beltrana estava aberta, despindo-se para o mundo e abrindo os olhos, para que pudesse realmente ser olhada.Abriu um sorriso, ajeitou os cabelos, empinou o corpo e encarou o dia. Era uma mulher cheia de vida e de qualidades e agora o mundo poderia conhecê-la.
Muito prazer,sou Beltrana e estou pronta para amar...
(Felícia Rodrigues)
Espero que gostem, meus amores!
Grande beijo.

2 comentários:

  1. Beltrana tem muito de mim...
    Beltrana tem muito de nós.
    Muito legal! Amei!

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  2. Beltrana tem muito de mim...
    Beltrana tem muito de nós.
    Muito legal! Amei!

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