segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ela se perdendo dele...

Ela sabia que havia chegado a hora de partir, de calçar os sapatos, pegar a mala e não olhar para trás...
Tinham tido meses lindos juntos, com amor tudo se torna mais belo e juntos eram o encaixe.. Mas,estavam em crise,como qualquer casal e isto era ruim...serem como qualquer casal, era como se o encanto de serem únicos, estivesse escoando em um desencontro de planos.
A mala estava cheia de promessas e lembranças, não de roupas, por que por mais que ele insistisse que deveriam dividir a casa, já que dividiam os corações, ela sabia que era precipitado. Era como se temesse que o acordar todos os dias ao seu lado, o fizesse mais humano. Ela tinha medo das falhas humanas, mesmo por que tinha muitas.
Ah..e ela gostava de ser livre e de ter seu espaço. De tê-lo sem cobranças e de sê-lo sem medo.Ele não se acostumara com seu jeito, brigava por seus amigos, brigava por que não entendia que ela tinha que ficar só e muitas vezes até por seus devaneios. Ela tentava entender que ele tinha seus medos e neuras e uma carga de relacionamentos desastrosos, mas se magoava por ele não confiar.
Ela era dele em corpo e alma, ela se doava, mas não aceitava ter que mudar ou ter que deixar coisas tão importantes, só porque ele se sentia inseguro.Isto era um ponto negativo para ela, ela o conheceu confiante e aprendeu o amar assim, agora não queria uma sombra do que amou...
E ele também havia se apaixonado por essa mistura louca que ela era. Ele se apaixonou pelo ser vibrante que acordava sorrindo, que investia na vida e se doava ao mundo. Não era justo pedir agora, que se perdesse de si e se recriasse nos moldes em que ele desejava.
Ela estava com a alma cortada, mas em momento algum pensou em ceder... não por que era má, mas sim porque se amava assim...ela o amava como era, não pedia mudanças.Queria reciprocidade e aceitação.
Ela estava chorando, coisa que não o fazia com muita freqüência. Apertava as mãos nervosamente e respirava fundo, mas a angustia cantarolava sua canção inquietante na garganta...aquela que ofega e comprime.
Ela tinha que ir, ele estava sentado, olhando-a quase que com ódio, como se a acusasse de não concretizar os planos que ele havia feito. Mas, e ela? Também não podia sonhar?
Ela deveria deixar de ser, só para agradá-lo...ele achava que sim..era em nome do amor, de um bem maior..era o que ele justificava.Mas, não a convencia.
Para ela amor era outra coisa, algo menos palpável definido. Amor para ela era algo que ficava entre o completar e o sorrir. Amar era estar por querer...é poder ir até onde desejar..por que a presença não é física, é na alma. Ele estava sempre com ela, porque o amava...não precisava tê-lo 24 horas para sabê-lo.
E quando estavam juntos...ela era tudo que podia ser, ela o amava, o devorava e permitia que ele visse o quão dele ela era... será porque ele não enxergava? Talvez, por que não a visse de verdade... a olhava e alcançava apenas o que desejava.
Ele não pediu que ficasse, não esticou a mão ou ao menos a olhou. Ela se levantou, deu-lhe um longo olhar, destes marejados de amor e dor, pegou as coisas e fechou a porta... lá fora o mundo continuava...colocou os óculos, acendeu o cigarro e partiu.
Para o mundo ela era a mesma mulher, forte e confiante... por dentro,se revirava, se revoltava e sangrava...
Amar não é fácil, mas precisava doer tanto?
(Felícia Rodrigues)
P.S: Senti saudades deles...
Bjus,amores...espero que gostem

3 comentários:

  1. =']...
    Fê... Acho que em tao pouco tempo voce conseguiu sugar tudo e toda a essencia de tudo.. parabens pelo texto.. e assim...
    óoo chorei viu...

    Lucas

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  2. Tão bonito Fê o teu amor por ele e mais ainda...o teu amor por vc.

    Não adiantaria vc mudar , a conta é alta demais e um dia ele iria ter que pagar, pq vc iria cobrar dele e pior...iria ter cobrado de si mesmo, o se respeitar o ter permanecido quem era. Ceder é sempre complicado..enche o copinho sabe...e um dia transborda... o amor é pacote completo , é preciso amar o outro aceitando0o até nas entrelinhas em todo o seu contexto...qdo não se aceita o melhor é partir sim....e é tão dificil.

    Texto lindo , lindo... de emocionar qualquer um. Recheado desse teu sentir de amor sim mas tb de integridade e respeito a si mesma.

    Bjinhos menina e forla...muita força!

    te cuida aí!

    Erikah

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  3. Não me hospedo mais, não cobro minhas visitas.
    Saio de mim e levo a chave, volto quando quero.
    Sou mais minha do que nunca.

    [Lele Siedschlag ]
    .
    .
    .

    De vento em poupa, de malas prontas, de gestos firmes, vai na direção do que não sabe, mas pressente. É onde gostaria de ir, é a porta que ela mesma abriu e teve a coragem de deixar para trás todos aqueles “vou-tentar-denovo” e “te-dou-mais-uma-chance”, os abandonou, assim como abandonou uma vida que não tinha vida.

    Lá vai ela, toda arrumada, arfante, passou batom e perfume indo ao encontro do seu recomeçar.

    Drika Gomes

    Outro beijo á menina

    Erikah

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