"Esta canção nao é mais que mais uma canção...
Quem dera fosse uma declaração de amor.
Romântica, sem procurar a justa forma.
Do que lhe vem de forma assim tão caudalosa.
Te amo,te amo,eternamente te amo.
Se me faltares, nem por isso eu morro.
Se é pra morrer, quero morrer contigo...
Minha solidão se sente acompanhada
Por isso às vezes sei que necessitoTeu colo,teu colo,eternamente teu colo..."
(Chico Buarque- Iolanda)
Muito além da despedida, da dor, da perda...fica a saudade.
1º de maio marca a úlitma vez que te vi, a ultima vez que te ouvi ou senti seu cheiro.
Parece que foi ontem que te dei o abraço forte e que tinha a certeza que te veria dois dias depois.
Tudo bem que ninguém segura o destino ,ou que não se prevê o momento de se ir...
Mas, tão de repente?
Sem te preparar, sem tomar fôlego ou dar o último abraço???
Me senti tão sem chão...e eu que falo muito, ainda tinha tanto a dizer: mais mil "eu te amos", mais inumeros abraços e beijos...e os infinitos momentos que ainda queria compartilhar???
Bom, tive que guardar, naquele cantinho precioso do coração e me acostumar...me acostumar com a dor de nunca mais poder!!!Hum...dói!!!!
Dói não ouvir sua risada escandalosa, te ver de pilequinho e não mais me ver refletida nos seus olhos grandes, de cor indefinida.
Dói não mais fazer lutinha na cama ou passar horas em silêncio, lendo ao seu lado, mas reconfortada, apenas por saber que estava ali.
Dói até não vê-la brava ou ouvi-la me dar uma dura...
Mãezinha, você que me conhecia como ninguém e que por ser tão parecida, as vezes era difícil de suportar...
Só você me olhava e dizia a famosa frase: - É minha filha, você é como a lua, encanta a todos, mas não pertence a ninguém.
Você entendia minha necessidade de liberdade, mas mesmo assim, me impos os limites necessários e me permitiu buscar!!!!Me permitiu ser!
Linda, alegre...intensa! Partiu cedo, mas se doou, viveu e encantou para além do cronológico.
E o medo que senti de te perder, de te buscar na memória e não encontrar seu rosto lá mais, ou o tom da sua voz... ou de não consegui segurar dentro de mim todos os momentos que passamos e que eles se tornassem produção minha e não mais lembranças.
Hoje, eu sei que isto é tolice. Em sete anos, nada se perdeu. Você continua intacta em mim. Ás vezes, é tão presente que é como se pudesse tocá-la.
Claro, que não é a mesma coisa e que por mutias vezes choro e sinto uma saudade tão grande, que sinto uma vontade de sei lá...de não estar em lugar algum e de poder te tirar da memória e te tocar...
Mas,a vida não pára e eu continuo aqui...sem você!!!!Mas, caminhando, do jeito que me ensinou.
Sendo forte da forma que mostrou ,ser possível. E me fazendo feliz, da mesma maneira que me encantava com você!!!
Linda, meu exemplo, guardada em mim...refletida sempre!!!!
Eu te amo...
Muito além do que se pode imaginar, sentir...
Bjus
P.S: Para vocês queridos, que se arriscam neste cantinho meu, Iolanda era a música predileta da minha mãe, que faleceu em um 1º de maio, há sete anos atrás.